terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ARLINDO, SEUS ENCANTOS E O BATUQUE DA VILA


Enérgico e generoso como Xangô, Arlindo Cruz é filho do Rei do trovão, Orixá da justiça e inovação. Por amor e gratidão a religião dos Orixás, Arlindo não deixa de oferecer toda primeira quarta-feira do mês, o àmàlà (quiabo com camarão seco e cebola) a Xangô.
Sua estrela começou a brilhar aos sete anos de idade quando ganhou seu primeiro cavaquinho; aos doze, aprendeu violão. Escolado em rodas de bambas como: Candeia, Jorge Aragão, Beth Carvalho e Almir Guineto, conta ainda com as parcerias musicais de Zeca Pagodinho e Sombrinha. Durante 12 anos emplacou sucessos com o Grupo Fundo de Quintal de onde saiu em 1993. Além disso, tem mais de 500 músicas gravadas por diversos artistas e ganhou várias dispustas de samba-enredo. E assim como Xangô tem o seu Osé (machado sagrado) como Rei, Arlindo é o responsável pela propagação do uso do banjo, "seu emblema" no samba.
Neste ano, Arlindo, Martinho da Vila, André Diniz, Leonel e Tunico da Vila foram os compositores do samba-enredo "A Vila canta o Brasil celeiro do mundo-Água no feijão que chegou mais um". Segundo um dos autores, o professor de História André Diniz, diz que este samba foi quase todo composto por e-mail e telefone, pois devida as extensas agendas de shows de Arlindo e Martinho, os cinco compositores quase não se encontravam. O jeito foi conciliar tecnologia com criativade. A perseverança desse filho de Xangô junto com a cumplicidade dos companheiros de roda encheu o samba-enredo de encantos, tornando a Vila Isabel, a campeã do carnaval de 2013.
Candomblecista assumido, Arlindo é sem dúvida um dos maiores artistas do nosso país que sabe mesclar diversos ritmos brasileiros com o som dos atabaques dos Orixás. Seus dois últimos albuns "Batuques & Romances" de 2011 e "Batuques do meu lugar" de 2012, trazem composições que vão desde o excelente jongo até o autêntico samba de raiz.
Èyí tí Sàngó isé o! (Que Xangô dê vida longa ao seu trabalho!).
Para obter vitórias e proteção de Xangô:
Pegue doze caroços de quiabo, lave-os com folhas de negra-mina e faça um patuá. Use este patuá na carteira ou dentro da bolsa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário