sábado, 17 de janeiro de 2015

OXUM

É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe 

da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e
da meiguice.

Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Yemanjá.
A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater.
É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas.
É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que "tomará conta" até o nascimento, quando, então, entrega à Yemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.
Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.
Os seus filhos, melhor, as suas jóias, são a sua maior riqueza. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum; como também não podemos segurá-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a deusa do amor, a Vênus africana. O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por consequência, a felicidade.
De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida.
Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. A partir desse amor é que se dá a origem as Agregações, e consequentemente origina a concepção das coisas.
Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida. Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.
O toque dos atabaques, que acompanha sua dança no batuque, é denominado ijexá. A dança de Oxum é a mímica da mulher faceira, que se embeleza e atavia, exibindo com orgulho colares e pulseiras tilintantes.
Diante do espelho sorri, vaidosa e feliz, por se ver tão linda e sedutora. Essa doçura de encanto feminino, porém, não revela a deusa por inteiro. Pois ela é também guerreira intrépida e lutadora pertinaz.
Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Odé, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Xapanã, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.
Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.


Data festiva: 12 de outubro e 08 de dezembro

Saudação: Eri ieiê ô, Ore yèyé o, Oraie iê Oxum, Ai iê ieu Mamãe Oxum (Salve Senhora da Bondade e da Benevolência)
Símbolo: um coração do qual nasce um rio.
Sincretismo religioso: Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora da Conceição.
Cores: amarelo dourado ou alaranjado
Instrumento: Abebé, um leque em forma circular dourado ou feito em latão que pode trazer um espelho no centro
Pedra: Ametista, Quartzo Rosa
Ervas principais: Erva-cidreira, Melissa, Erva-de-Santa-Maria, Ipê-Amarelo, Mãe-Boa (erva sagrada de Oxum), Calêndula, Rosas Amarelas, Malva, Chuva de Ouro, Trevo Três Corações.
Oferendas: frutas doces em geral, banana ouro, laranja-lima, cereja, maçã, pêra, mamão, goiaba, pêssego; bebidas doces, ressaltando-se o mel, água de cachoeira, água de coco, champanhe de maçã, licor de cereja, suco de suas ervas e de suas frutas; flores de tonalidade amarela, lírios de toda espécie, margaridas, flor-de-maio, amor-perfeito, madressilva, narciso, rosa branca, amarela ou bicolor.
Ponto de força: cachoeiras, rios ou nascentes


                                                                           


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